ATA DA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LE­GISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 29.09.1992.

 


Aos vinte e nove dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Qua­dragésima Segunda Sessão Solene da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às dezessete horas e trinta mi­nutos constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene desti­nada a homenagear o Idoso, conforme Requerimento nº 19/92 (Processo nº 213/92), de autoria do Vereador Vicente Dutra. A se­guir, o Senhor Presidente convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Vicente Dutra, no exercício da Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhora Zilla Maria Daros Sander, Presidente do Conselho Estadual do Idoso; Senhora Esther Pillar Grossi, Secretária Municipal de Educação; Senhor Alcides Pozzobon, representante da Superintendência Es­tadual da Legião Brasileira de Assistência; Senhor Antonio Pa­rizzi, Vice-Presidente do Conselho Estadual do Idoso; Senhora Nara Costa Rodrigues, ex-Presidente do Conselho Estadual do 1doso; e Vereador Antonio Hohlfeldt, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente comentou os acontecimentos vividos durante o dia, atípico na história do Brasil e que refletiu nesta Casa e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome deste Legislativo. O Vereador Vicente Dutra, proponente e em nome das Bancadas do PDS, PDT, PTB, PPS, PL, PMDB e PV saudou os presentes e disse que anualmente esta homenagem era realizada. Disse que a terceira idade era lembrada, nesta Casa, pela participação no desenvolvimento da Cidade com a experiência amadurecida pelo tempo e pela vida. Falou sobre Projeto votado nesta Casa que modifica a legislação municipal obrigando os ônibus a terem degrau retrátil que melhor atende aos idosos. Disse, ainda, que devido a um impedimento de ordem legislativa não foi possível homenagear a Senhora Nara Costa Rodrigues. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PT disse que apesar do impedimento de ordem legislativa a professora Nara Costa Rodrigues receberia o Título Honorífico de Cidadã Emérita. Falou so­bre o tratamento dado ao idoso pela sociedade capitalista mas que nos últimos anos existe uma conscientização com a terceira que idade. Citou exemplos de pessoas como ZiláTotta, Nara Costa Rodrigues, Lúcia Castilhos, Dante Laitano, Firmino de Sá Cardoso e Frau Elly Kolmann que continuam trabalhando. A seguir, o Se­nhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Artidor Zimmermann que em nome dos Clubes da Maioridade, em número de dez, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença, no Plenário do Professor Frederico Lamachia Filho. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Antonio Parissi, Vice-Presidente do Conselho Estadual do Idoso, que em nome do Conselho agradeceu a homenagem prestada à terceira idade. Após, o Senhor Presidente agra­deceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e dez minutos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Vicente Dutra e Antonio Hohlfeldt e secretariados pelo Vereador Antonio Hohl­feldt, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Antonio Hohlfeldt, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário

 

 


O SR. PRESIDENTE (Vicente Dutra): Damos por iniciada a Sessão Solene que o Legislativo Municipal faz nesta data para homenagear o idoso no seu dia, 27 de setembro.

Convido para participar da Mesa a Sra. Zilla Maria Daros Sander, Presidente do Conselho Estadual do Idoso; convido a Sra. Secretária Esther Pillar Grossi, que, segundo estou informado, veio trazer o seu abraço, mas em função de compromissos, não pôde permanecer, se pudesse permaneceria à Mesa; convido o Exmo. Sr. Representante da Superintendência Estadual da LBA, Dr. Alcides Pozzobon; convido o Vice-Presidente do Conselho Estadual do Idoso, Sr. Antonio Parissi; convido, também, a Sra. Nara da Costa Rodrigues para fazer parte da Mesa.

Inicialmente, eu peço que os senhores e as senhoras relevem um pouco, o muito da improvisação dessa Sessão de hoje, pois estamos vivendo hoje, um dia realmente atípico, na História do Brasil e que tem reflexos nesta Casa. Um grupo de Vereadores, inclusive o Sr. Presidente da Casa, Ver. Dilamar Machado, sugeriu que nós suspendêssemos a Sessão de hoje, ela havia sido marcada anteriormente, e tentássemos realizar num outro dia. Entretanto, fomos verificar a agenda de Eventos marcados até o final do ano e realmente não existe outra data possível para realizarmos uma Sessão de homenagem ao idoso no seu dia. Então, nesse sentido, resolvi, não sei se fiz certo ou errado, acho que agi corretamente, de que realizaríamos a Sessão de qualquer forma. Temos a presença dos funcionários, zelosos funcionários, as taquígrafas registrarão todos os atos e discursos que serão proferidos nesta data, e vamos fazer o possível para que a Sessão se desenvolva na sua normalidade, mas peço relevarem algum contratempo em função desse dia atípico que estamos vivendo. Solicito a presença do Ver. Antonio Hohlfeldt, o único Vereador presente na Casa além deste que está presidindo, para que presida a Sessão enquanto eu farei o pronunciamento.

 

(O Ver. Antonio Hohlfeldt assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós concedemos a palavra ao Ver. Vicente Dutra, que falará em nome do conjunto de Bancadas da Casa, a exceção da Bancada do Partido dos Trabalhadores que será, posteriormente, representada por este Vereador. Com a palavra o Ver. Vicente Dutra.

 

O SR. VICENTE DUTRA: (Menciona os componentes da Mesa.) A Câmara insiste todos os anos em registrar esta data, e comemorar a passagem do dia do Idoso, embora fora da data, porque nem sempre, nós podemos, em função dos Processos da Casa registrar no mesmo dia, mas na semana sempre se realiza. Nós acompanhamos, e até com muito júbilo nós sentimos que aqui em Porto Alegre a causa do idoso, a causa da 3ª idade avança. Nós sentimos que a cada ano a Casa se reúne para prestar as homenagens àqueles que fizeram deste Brasil, grande como ele é hoje, embora todos os problemas que aconteçam não conseguem realmente desmanchar aquilo que foi feito solidamente no passado. O Brasil é grato a isto. Nós sentimos que a cada ano se consolida esta causa.

Cada ano Porto Alegre tem a participação das pessoas que tem experiência, foram amadurecidas pelo tempo e pela vida, dão a sua contribuição a esta Cidade. A Cidade tem se conscientizado. Esta Casa mesmo avançou muito. Esta Casa é receptiva a todos os assuntos que digam respeito ao desenvolvimento da causa da 3ª idade. Sempre que aqui se aborda este assunto há um respeito, há uma participação muito grande dos Srs. Vereadores por tudo aquilo que diz respeito. Porto Alegre, hoje, está na vanguarda, em termos de Brasil nesta causa. Portanto é uma honra, muito grande que nós Vereadores desta Casa sentimos, o Legislativo e que representamos o povo de Porto Alegre, de receber aqui, a cada ano, as Lideranças, aqueles que representam a luta do dia-a-dia para que a 3ª idade, as pessoas que estão nesta faixa, cada vez mais, adquiram o seu sentido de cidadania a sua contribuição. Sai ganhando Porto Alegre, ganha a sociedade, ganham todos, e nós então registramos com muito júbilo, como disse, esse avanço e esta participação. Porto Alegre se engrandece. Porto Alegre, realmente, passa a ser uma Cidade mais gente, a medida em que vota como votou há poucos dias uma medida que modifica a Legislação Municipal obrigando os ônibus a terem um degrau retrátil para que possa permitir às pessoas que ingressam no ônibus e saem do ônibus um acesso com mais conforto. Isso foi votado há poucos dias e foi feito por pressão das entidades que as pessoas da terceira idade defendem e congregam. Então, vocês vêem que a Casa é receptiva. Foi um Projeto votado por unanimidade nesta Casa e nós interrompemos a Sessão porque era um Projeto que envolvia detalhamentos técnicos. Tivemos que pegar normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e os Vereadores engenheiros, Vereadores arquitetos, juristas, se reuniram naquele momento e suspenderam a Sessão para definir um texto que pudesse contemplar tecnicamente esta proposição. Finalmente foi reaberta a Sessão e com a aprovação unânime da Casa, hoje, está para sanção do Sr. Prefeito. Talvez até o Ver. Antonio Hohlfeldt nos traga alguma novidade, certamente será aprovado o degrau retrátil que permitirá o ingresso do idoso, dos deficientes, das senhoras grávidas e assim por diante. No passado também já se fez a votação da permissão do passe livre das pessoas com mais de sessenta anos nos ônibus.

Então, a Casa realmente tem sido porta-voz, tem sido receptiva para tudo aquilo que diz respeito a seriedade. E continuará sendo assim. Espero que no ano que vem nós possamos estar aqui reunidos novamente e registrar mais algum avanço nessa jornada, que é uma jornada de todos, é um compromisso de cidadania, é um compromisso da sociedade, é um compromisso político de cada um que representa uma parcela do povo de Porto Alegre. Nesta oportunidade eu queria deixar registradas duas homenagens: uma homenagem que deveria estar sendo prestada, neste momento, a grande mulher Nara Costa Rodrigues. Lamentavelmente, por um impedimento de ordem legislativa nós não pudemos, neste momento, estar entregando o Título de Cidadão Emérita à Nara Costa Rodrigues. Não que não tenha sido aprovado, simplesmente porque não houve tempo para aprovação. Nós sabemos que ela viaja dentro de poucos dias e vai ficar ausente do País, se não me engano, durante dois anos. Talvez, ainda antes de viajar, se consiga entregar à Nara da Costa Rodrigues este título, era o momento de ouro para homenagear, dizer do nosso carinho, o carinho da Cidade, o carinho de todos nós em relação ao profícuo trabalho que é feito por esta grande mulher em prol dessa causa, e nós todos admiramos.

Registramos a presença ilustre do Ver. João Dib, também um grande lutador, entusiasta lutador e batalhador pelas causas da terceira idade nesta Casa.

Registro também uma homenagem ao Artidor Zimmermann. Eu tenho acompanhado a nível de Rotary o seu trabalho para a sua sociedade que é da maioridade e eu acho que esta Casa tem de deixar registrado nos Anais e certamente em outra oportunidade fará uma homenagem ao Artidor Zimmermann, mas eu não gostaria de deixar passar este momento sem dizer o quanto nós admiramos o teu trabalho, Zimmermann. Eu vejo que tu, a nível de Rotary e outras associações, estás sempre, permanentemente, defendendo, divulgando, incentivando e sobretudo conscientizando a sociedade da importância dessa causa. Então, eu tenho certeza absoluta que falo em nome de todos os Vereadores e te digo muito obrigado e prossegue nesta luta. Nós aqui dentro da Câmara de Vereadores, no que pudermos te ajudar, estaremos ao teu lado nesta causa. É apenas um registro modesto pelo muito que tens feito, mas que fique inserido nos Anais, a tua grande contribuição, que tem feito pela causa da terceira idade.

Nós podíamos aqui registrar tantas e outras manifestações. Veja a minha querida Guru, a Dona Elly Kohlmann, o seu trabalho lá no Raio do Sol, cada encontro daqueles é uma festa maravilhosa que nos enche a alma e faz transbordar o coração de alegria e satisfação. Cada festa daquelas é um mês inteiro de baterias recarregadas aí o Raio de Sol com seu trabalho com o arco-íris, enfim, quantos trabalhos poderíamos destacar nessa área.

Eu encerro dizendo que tive a satisfação de propor esta Sessão e tenho certeza que se fosse um dia normal nós teríamos a participação de todos os Vereadores que, embora não estando conosco neste momento, porque acham que estarão colaborando mais com a causa e com a democracia na frente de luta nessas movimentações de rua hoje; Eu discordo um pouco disso, pois acho que temos que continuar o nosso trabalho aqui, mas os respeito. Estarem ausentes aqui não significa que estão menosprezando a Sessão de hoje, e tanto não menosprezaram que tentaram suspendê-la para que pudessem, numa outra oportunidade, estarem presentes. Mas não havendo outra data disponível, nós tínhamos que fazer hoje, e assim o fazendo, estamos registrando nos Anais que esta Sessão se realizou e que a Casa do Povo, por nosso intermédio, diz a vocês todos: muito obrigado por todo trabalho que vocês estão fazendo em prol desta Casa e aqui, o que pudermos fazer, apoiar, no nosso modesto trabalho, nós estaremos sempre de braços abertos, sempre acolhedores para recebê-los e assim também lutar pela causa que vocês desenvolvem. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Vicente Dutra): Concedo a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que falará em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Minha saudação inicial ao Ver. Vicente Dutra, na Presidência dos trabalhos nesta tarde, a saudação à minha amiga Nara Rodrigues e a todos os demais integrantes da Mesa.

Como disse o Ver. Vicente Dutra, é um dia sui generis todos os fatos que envolvem a história contemporânea brasileira, mas não podíamos deixar de estar presentes a este ato que reuniria duas homenagens: a passagem do Dia do Idoso e a entrega do título de Cidadã à Prof. Nara Costa Rodrigues. Exatamente as modificações que foram necessárias nos últimos três dias, na pauta dos trabalhos da Câmara, acabou criando o óbice legal da votação formal do título na tarde de ontem. Mas eu gostaria, Nara, que, de qualquer maneira – sobretudo as pessoas que aqui vieram para assistir ao que seria também o ato de entrega do título à Prof. Nara Rodrigues – que tu soubesses que, ao menos daqueles Vereadores que têm te acompanhado, conhecem o teu trabalho – são vários, além do Ver. Vicente Dutra e de mim próprio – é como se nós já tivéssemos feito a votação. Infelizmente, a parte legislativa formal nos exige o cumprimento do ritual. Ocorrerá, certamente, já na próxima semana, e daí, quem sabe, em tempo de nós formalizarmos esta homenagem à Nara, para ela levar em sua mala, de viajante experimentada, o Diploma que vai colocar, não no apartamento de Paris, onde eu a visitei um certo dia, mas vai colocar lá na sua residência na Espanha. Mas eu queria me permitir algumas reflexões em torno da questão da data que estamos hoje aqui celebrando.

Eu acho que é importante esta nossa reunião, porque normalmente na sociedade capitalista o idoso é tratado como uma coisa a ser posta de lado, a ser marginalizada, a ser deixada e abandonada, como uma fruta de onde já se extraiu o sumo, então pode ser abandonado à beira da estrada. Nesse sentido, me parece que, felizmente, nos últimos anos tem-se buscado, gradualmente, um movimento de repensar o papel daqueles que chegam a se chamar de terceira idade. Eu olho neste Plenário e vejo diversas pessoas com quem tive o prazer de trabalhar. Nesse sentido me dou conta do sentido básico que pode ter uma Sessão como esta. Temos aqui, de certa maneira, como uma corrida de revezamento, a possibilidade de nos darmos conta de que muitos de vocês que hoje estão neste Plenário cumpriram uma parte de seu papel. E digo uma parte, porque tenho certeza de que para vocês este papel só cessa, efetivamente, quando cessar, também, a vida biológica de cada um. Mas, da mesma forma, eu tenho certeza de que, mesmo depois, independente de nossas crenças sobre o que aconteça depois, a maioria de vocês  ainda vai ser referência para aqueles que aqui permanecem. E eu digo isso porque tive na minha infância, alguém que teve um papel muito forte a me guiar, a ser uma referência: a minha avó paterna. Foi ela que, nas suas brincadeiras, de uma certa maneira, me instigou e me empurrou um pouco para aqueles caminhos que mais tarde eu acabaria cruzando. Não necessariamente pensando como o caminho da política, o caminho do jornalismo mas, fundamentalmente, o caminho da iniciativa, do ter coragem de fixar posições. Minha avó, de descendência austríaca, era, sem dúvida nenhuma, daquelas mulheres de que se diz “uma pessoa forte.” Faleceu no ano passado, em maio; há mais de vinte anos trazia uma artrite terrível e jamais ouvi dela qualquer queixa e, ao contrário, muito mais que todos os meus parentes, os meus pais, me acompanhava na política do dia-a-dia e torcia pelas situações que nós vivíamos cotidianamente sabendo exatamente tudo aquilo que ocorria em Porto Alegre, no Rio Grande, no Brasil e se preocupando inclusive com aquelas grandes mudanças que ocorriam em todo o mundo.

É nesse sentido que eu queria, aqui, mencionar especificamente pessoas como a Zilá Totta, com quem tive imensa honra de trabalhar; ela, minha Diretora no Centro de Lazer e Recreação e, aí, a gente desfia aquele grupo de profissionais, de professores que eu vejo aqui: a Nara Costa Rodrigues, a Lúcia Castilhos e aquele que tinha, em última análise, a culpa de ter bolado essa história toda, que é o Frederico Lamachia, que está aqui, quando era Secretário Municipal de Educação e Cultura e com quem tive igualmente a honra de atuar durante um bom período. Foi um momento muito bonito nesta Cidade, um momento que eu espero que nós possamos muito brevemente recuperar e avançar, Zilá, pelo menos seria um compromisso que eu teria comigo mesmo, se me derem essa oportunidade, porque eu acho que a experiência do seu lado foi realmente uma coisa que marcou a Cidade de Porto Alegre e marcou, depois, como experiência também outras atividades que tu, de um lado, Lamachia, de outro, a Lúcia, mais adiante, a Nara, internacionalmente, nós fomos multiplicando e eu acho que eu também, com um pouquinho de humildade, busquei levar adiante inclusive depois, na experiência de Vereador aqui nesta Casa.

Em cada um de vocês eu aprendi um pouquinho e eu devo um pouquinho do que eu sou a cada um de vocês, também ao Dante Laitano, que aqui está; tantas vezes já pude louvar o Dante, mas não quero me poupar de fazê-lo novamente hoje. O Dante é a figura típica de professor. Quando se liga para sua casa, ele aceita, de imediato, se está de chinelo ou se está de pijama, se está assistindo à televisão, se acabou de jantar, ele não quer saber, pergunta onde é; fica sabendo a que horas vamos apanhá-lo; e aceita. Quando lecionei na UNISINOS, dezenas de vezes lá foi o professor Dante convocado para participar de algum debate com jovens alunos, comigo, e nunca, nunca ouvi um “não”, “não posso”, “estou ocupado”, “hoje não”, “depois de amanhã”, enfim, aquelas desculpas que tantas vezes encontramos. Sem falar nos livros do Dante, para não falar, sobretudo, daquele que, para mim, é o maior exemplo do Dante: o amor pela vida, bem vivida, no sentido de servir a todos e no sentido de saber realmente retirar da vida o sumo máximo. Ao Dante, portanto, meu carinho e o meu aprendizado, de um simples vivente, como todos nós, mas que de ti, Dante, tem aprendido muito, mesmo à distância.

Permito-me citar outro companheiro nosso, duplo companheiro, o Firmino, que está aqui, bem no primeiro banco. No ano passado, quando presidi esta Casa, ele foi presença quase que de todos os dias. Eu já havia mandado fazer uma análise para vermos se iríamos pagar “jetton” a ele, pois em todas sessões e atividades que tínhamos, ele se fazia presente; na representação da ARI, que reúne os profissionais da imprensa, que é também a minha categoria profissional, que aqui esteve nos acompanhando nos bons, nos ótimos e, às vezes, nos menos bons momentos. Inclusive, como lembrou o Ver. Vicente Dutra, na semana passada tivemos oportunidade de fazer a justa homenagem ao Firmino, declarando-o também um cidadão emérito desta Cidade.

Guardei uma menção muito especial àquela que, desde guri, desde os 14 ou 15 anos, acompanho, que é a Frau Elly Kohlmann, lá do Centro Cultural 25 de Julho, do Grupo Raio de Sol. Ela possui uma vitalidade que nos deixa com inveja, Se eu chegar aos 50 com essa força da Frau Elly, já estou feliz da vida. Nunca vi a Frau Elly deixar de aceitar um convite para passeio, para reunião, para fazer uma tarefa, para iniciar uma campanha, enfim, para fazer um trabalho no Centro Cultural ou em qualquer outra atividade; se deixar, ela vara a noite, sem nenhum problema. É impressionante.

Através dessas citações queria dizer que, exatamente, nós, que sucedemos a vocês, dentro das gerações, precisamos obrigatoriamente retirar ainda esta coisa, além das outras que já nos têm dado, direta ou indiretamente, a cada um de nós, deveríamos retirar de vocês este exemplo, que é o exemplo da responsabilidade, da seriedade, da dedicação aos outros e aos compromissos que cada um de nós assume ao longo da vida. É nisto que eu queria homenagear a cada um de vocês, através dessas pessoas citadas, que são as que eu conheço mais, mas estender isto a todos, mesmo àqueles que eu não conheço pessoalmente e que se encontram aqui; tanto os que o Ver. Vicente Dutra citou, que eu não conheço, mas que têm também as suas tarefas e que, mesmo depois, quando chegaram àquilo que nós chamamos de época da aposentadoria, quando podiam dependurar as chuteiras, na expressão popular, e ficar em casa com seus netos, bisnetos, olhando a sua televisão, quem sabe lá, cultivando o seu jardim, aceitam permanentemente o desafio de comandar iniciativas, de representar seus próximos e de lutar para que essa sociedade seja em todos os momentos cada vez mais democrática. Por isso que neste momento, em nome do meu Partido, dos meus companheiros da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu queria transmitir a cada um dos senhores e das senhoras o meu agradecimento. Acho que mais do que uma Sessão emotiva e emocional, ela é mais do que nunca uma Sessão política, no sentido de que vocês mais do que ninguém representam a nossa sociedade e aqueles valores básicos que nós deveríamos saber continuar dentro da nossa tarefa. Por isso, meu muito obrigado a todos vocês e muito especialmente ao Ver. Vicente Dutra, pela oportunidade de participar desta Sessão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para uma mensagem, passo a palavra ao Sr. Artidor Zimmermann.

 

O SR. ARTIDOR ZIMMERMANN: (Menciona os componentes da Mesa.) Meus Senhores, gentis Senhoras, quero, nesta oportunidade, agradecer a referência feita pelo nosso Vereador Vicente Dutra, a respeito da minha pessoa. Nenhum outro motivo me impele a trabalhar pelos idosos se não a de reuni-los num grupo, onde se procura tirar os idosos do ostracismo e convidá-los a ocupar os seus lugares no espaço. Não se recolherem, não se retraírem, não cederem o seu espaço, porque o idoso deve continuar a sua trilha, fazendo valer a sua experiência.

Eu quero, nessa oportunidade, agradecer a referência feita aos Clubes da Maioridade, que nesta oportunidade nós representamos. Os Clubes da Maioridade, em número de dez, sentem-se orgulhosos de receber, da parte da Câmara de Vereadores, as homenagens que ora nos são tributadas. Isso nós devemos ao que anualmente vem sendo feito pelo Ver. Vicente Dutra. Tenho certeza, Ver. Vicente Dutra, de que todos os idosos saberão corresponder a essa lembrança que o companheiro tem de homenageá-los pela passagem do seu dia. E aos demais integrantes desse seleto auditório, eu quero deixar um abraço, mas não o faço antes sem desejar a nossa querida amiga Nara, companheira de tantas jornadas, que está prestes a nos deixar, em que pese 2 anos que ela vai ficar na Espanha, para nossa saudade é um período muito longo, mas para uma longa existência, também como a minha, ao longo dos meus 71 anos, passaram tão depressa, que eu tenho certeza, Nara, que esses dois anos passarão muito breves, e nós poderemos muito rápido estar te estreitando num abraço muito sincero e muito amigo. Ao Presidente Estadual do Conselho do Idoso, também aqui presente, prestigiando esse evento, a nossa saudação e, a todos vocês, o nosso grande abraço. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência registra de forma oficial a presença do Professor Frederico Lamachia Filho, um grande incentivador, bem destacou o Ver. Antonio Hohlfeldt, da causa da Terceira Idade. Muito obrigado por sua presença aqui. Com a palavra o Vice-Presidente do Conselho Estadual do Idoso, Dr. Antônio Parissi.

 

O SR. ANTÔNIO PARISSI: (Menciona os componentes da Mesa.) Minhas Senhoras e meus Senhores, muito honrosamente, para mim, fui incumbido pelos meus companheiros de diretoria do Conselho Estadual do Idoso, para usar da palavra neste momento, como porta-voz do Conselho Estadual do Idoso.

Nós vivemos, neste momento, neste instante, uma Sessão extraordinariamente emotiva, uma Sessão de extraordinário carinho, pelas palavras generosas de Luiz Vicente Dutra e de Antonio Hohlfeldt, principalmente, que enalteceram a presença, aqui, de tantas personalidades ilustres que, hoje, representam a terceira idade.

Há 4 ou 5 anos atrás, quando se prestavam as primeiras homenagens, o que já se tornou uma tradição desta Casa, aos idosos, o idoso era tratado como pessoa necessitada, como carente social, como um abandonado absoluto pela sociedade. E nós o tratávamos, o nosso velhinho, aquela pessoa que estava sempre precisando de cuidados e do nosso carinho.

Eu vejo com satisfação que, passados esses 4 ou 5 anos, o idoso passou a viver intensamente a sua cidadania. E não está necessitando, hoje, de nenhum gesto de carência, nenhum gesto de caridade, nenhum gesto de busca de apoio. (Palmas.)

Os nomes que aqui foram citados: Zilá Totta, Dante de Laitano, Dona Elly Kohlmann e tantos outros que eu vejo, aqui, no Plenário, para não citar todos. Todos têm uma tarefa de extraordinária importância dentro da atividade e de reconhecimento da cidadania do idoso. Por isso, em nome do Conselho Estadual do Idoso, eu quero congratular-me com esta Casa que por sugestão, por proposta, mais uma vez do nosso querido amigo dos idosos que é Vicente Dutra, mais uma vez presta homenagem aos idosos. Esta homenagem que é muito mais um reconhecimento pelo valor destes idosos, um reconhecimento da sociedade pelo descortino com que estes idosos estão assumindo a sua responsabilidade, perante a sociedade. São pessoas, hoje nós verificamos, que não estão mais acomodadas, como foi dito por todos os demais que aqui estavam presentes. Hoje estão voltando aos bancos universitários. Pessoas com setenta, oitenta anos estão voltando aos bancos escolares, procurando adquirir novos conhecimentos, desenvolver a sua capacidade para, ainda, prestar serviços à sociedade. Não estão acomodadas nas suas casas, atrás da proteção dos seus filhos, dos seus netos e alguns, até, de seus vizinhos.

Então, eu quando vejo cidadãos e cidadãs do valor destes que foram citados aqui, eu fico realmente satisfeito, alegre, porque o idoso passou a defender os seus direitos e a exigir que eles sejam cumpridos pela sociedade.

Em nome do Conselho Diretor, do Conselho Estadual do Idoso, do seu Conselho Superior Pleno, nós queremos agradecer profundamente a homenagem que esta Casa, mais uma vez, presta ao idoso, por este reconhecimento desta capacidade. Temos certeza de que no próximo ano, nós ainda teremos aqui idosos que tenham demonstrado a sua capacidade dentro da sociedade. Por isso, meus cumprimentos a vocês, os homenageados, a nós os homenageados que também somos idosos, por esta data tão magnífica, por esta Sessão tão carinhosa, e por este momento em que vivemos de engrandecimento da cidadania do idoso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ao encerrar, destaco, mais uma vez, que era o desejo da totalidade dos Srs. Vereadores de, nessa oportunidade, aproveitando o ensejo da homenagem ao Dia do Idoso, homenagear aquela que tem se dedicado de corpo e alma, há muitos anos, a grande orientadora, a grande professora, Nara Costa Rodrigues. O Ver. Antonio Hohlfeldt já explicou, também já tentei explicar, há um processo legislativo; o processo quando é apresentado ele passa a tramitar nas Comissões. Há um momento em que o Vereador pode pedir a urgência, urgentíssima, para tentar explicar aos Senhores como funciona através de um dispositivo da Lei Orgânica. Isto foi pedido e aprovado pelos Srs. Vereadores. Passou a tramitar em urgência, urgentíssima, que só depois de tramitado o processo é que nós soubemos que a Professora Nara Costa Rodrigues iria viajar. Então procuramos acelerar o máximo possível o andamento do Processo. Não conseguimos. Este processo tem tramitação que deve ser rigorosamente cumprida e, lamentavelmente, esta semana, em função desta situação atípica em que vive o País, não se consegui a aprovação. Mas eu tenho a certeza, que de coração, da parte de todos os Srs. Vereadores, a Senhora é detentora deste Título.

Amanhã, eu tenho certeza que contarei com o apoio do Ver. Antônio Dib que é presente neste Plenário, sempre, e do Ver. Antonio Hohlfeldt que também é sempre presente no Plenário, e, quem sabe, amanhã, na quarta-feira, nós ainda consigamos o quorum mínimo de dezessete Vereadores para essa aprovação. Estava tudo acertado com Dilamar Machado, seria o primeiro processo a ser discutido mas, lamentavelmente, não conseguimos o quorum, ontem. Coisas que acontecem. Mas tenho certeza que na primeira sessão normal dessa Casa o título será dado e nós vamos discutir depois enviaremos o Diploma ou vamos aguardar ou então enviamos o Diploma e depois, na volta recebe a homenagem. Enfim, haveremos de pensar uma forma de prestar esta homenagem. Vamos levar este título à Espanha, quem sabe. Vontade não falta.

Nós estamos dando por encerrada a Sessão, agradecendo a presença de todos nesta tarde, agradecendo a compreensão de todos pelo dia atípico, agradecendo de forma especial a presença dos funcionários que, vendo as dificuldades conseguiram dar todo o apoio logístico para que esta Sessão se realizasse e vamos esperar dias melhores para este País, porque tenho certeza que este País é grande, este País é magnífico, é um País que tem um potencial enorme. E não haverá ninguém, nem grupo nenhum, que poderá tolher o grande futuro que a este País está destinado e que as Senhoras e Senhores ajudaram e ajudam a construir com a sua experiência, com a sua dedicação e com as suas vidas. Um abraço a todos e se Deus quiser até o ano que vem para uma outra Sessão.

 

 (Levanta-se a Sessão às 18h10min.)

 

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